Descrições das rosas varietais portuguesas e relacionadas

"Etoile de Portugal" (Rosa gigantea x "Reine Marie-Henriette").

É de crescimento luxuriante e parece ter herdado da "Reine Marie-Henriette" a sua grande abundância de flores. Os botões elongados surgem frequentemente em pares ou trios no mesmo raminho florífero. A flor é grande, dobrada e fragrante, de uma cor carmim lustrosa, passando a amarelo na base das pétalas, que se tornam mais claras quando em plena floração. Deve ser cultivada num clima temperado se se deseja que a planta alcance o seu desenvolvimento máximo e produza cachos de flores em abundância, de cor tão delicada e brilhante. Tradução de CAYEUX, 1929 por BAS.

Uma flor grande e bem-feita de lindíssima cor rosa-salmão, fortemente trepadora, recomendada pela sua soberba nova cor por entre as rosas trepadoras. Outra boa produção foi a "Reine de Portugal", de belíssima cor laranja-chama. As suas grandes folhas, brilhantes e imunes ao míldio (...). Tradução de SCHOENER, 1932 por BAS.

"Amateur Lopes"
("Mme Berard" x R. gigantea).
Flor muito grande e dobrada, salmão pálido, com lilás esbatido nas pontas das pétalas. Planta muito florífera de médio vigor. Tradução de CAYEUX, 1929 por BAS.

"Belle Portugaise" ou "Bela Portuguesa" ("Souvenir de Mme Leonie Viennot" x R. gigantea).
Uma grande e belíssima rosa de um muito delicado côr-de-rosa nacarado com um toque de salmão. Os botões muito longos alcançam um comprimento, por vezes, de 10 centímetros (4 polegadas), especialmente quando são produzidos no extremo de raminhos vigorosos. A flor, quando completamente aberta, pode medir de 15 a 16 centímetros (6-6,5 polegadas) de diâmetro. Cultivada em clima temperado, a "Bela Portuguesa" atinge grande desenvolvimento e é literalmente coberta pelas suas grandes flores. (...) é capaz de produzir sementes férteis, assim pode ser usada em hibridação utilmente. Tradução de CAYEUX, 1929 por BAS.

Legenda original da fotografia e créditos: Um híbrido da tropical rosa gigante, Rosa gigantea, com a rosa de chá "Souvenir de Mme Leonis Viennot". A Rosa gigantea produz num ano ramos 24 a 30 pés de comprido, e os seus botões têm frequentemente quatro polegadas de comprimento. O híbrido manteve muito do vigor da sua parente selvagem, e da sua outra parente herdou as características de resistência ao frio acrescida e floração contínua. Fotografias cortesia dos Jardins de Plantas Raras Coolidge. Tradução de CAYEUX, 1929 por BAS.

"Dona Palmira Feijao" ("Souvenir de Mme Leonie Viennot" x R. gigantea).
Flor grande, muito dobrada, rosa nacaradas no centro, o exterior das pétalas carmim claro. Coloração muito brilhante. Tradução de CAYEUX, 1929 por BAS.

"Lusitania" ("Souvenir de Mme Leonie Viennot" x R. gigantea).
Flor grande, muito dobrada, amarelo esbatido com carmim; botão muito longo. Planta muito florífera. Tradução de CAYEUX, 1929 por BAS.


Feitas fora de Portugal:

"Reine de Portugal"
(…) de belíssima cor laranja-chama. As suas grandes folhas, brilhantes e imunes ao míldio (…). SCHOENER, 1932.

Flor média a grande, forma muito dobrada, amarelo-dourada a amarelo-acobreada. Floresce em cachos durante toda a estação. Produzida por Jean-Baptiste André Guillot em 1867, em França. Traduzido e adaptado de http://www.helpmefind.com/


Cronologia:

1867 - "Reine de Portugal" é produzida por Jean-Baptiste André Guillot em França.

1888 - Rosa gigantea é descoberta pelo General Sir Henry Collett nos Montes Shan, Alta Burma, entre as altitudes 4000 a 5000 pés.

1896 - Rosa gigantea em Abril floresceu no Jardim Botânico de Lisboa.

1897
- Rosa gigantea um exemplar proveniente dos Jardim Botânico de Kew floresce na casa do Barão Soutellinho, no Porto.

1898
- Rosa gigantea é usada pela primeira vez em híbridos por Henri Fernand Cayeux

1903
- "Étoile de Portugal" floresce pela primeira vez, no Jardim Botânico de Lisboa.

1904 - Rosa gigantea é importada para os Estados Unidos por Dr. Franchesci Fenzi directamente da Índia.

1905 - "Belle Portugaise" floresce pela primeira vez.

1909 - "Étoile de Portugal" é produzida (Informação incoerente de SCHOENER pois indica que foi produzida no Sul de França, nesta data, por Cayeux que estava nesta altura em Lisboa).

1921 - "Belle Portugaise" é erradamente atribuida ao Dr. Francheschi Fenzi que a introduziu do Jardim Botânico de Lisboa no seu jardim em Santa Bárbara e será o responsável pela sua disseminação na Califórnia e outros estados do sul.


Description of the portuguese rose varieties and related

"Etoile de Portugal" (Rosa gigantea x "Reine Marie-Henriette").
It is of luxuriant growth and seems to have inherited from "Reine Marie-Henriette" its great abundance of flowers. The elongated buds are often borne by twos or threes on the same flower stalk. The blossom is large, full and fragrant, of a lustrous carmine rose color, shaded to yellow at the base of the petals, which become a lighter color when in full bloom. It should be grown in a temperate climate if one wishes the plant to reach its maximum development and produce in abundance its masses of flowers, of such brilliant and delicate coloring. CAYEUX, 1929

(…) a large, well-made flower of a beautiful shrimp-pink, strongly climbing, recommended for its superb new colour among climbing roses. SCHOENER, 1932.


"Amateur Lopes"
("Mme Berard" x R. gigantea).
Flower very large and full, pale salmon, washed with rose-lilac at the tips of the petals.
A very floriferous plant of average vigor. CAYEUX, 1929

"Belle Portugaise" or "Bela Portuguesa" ("Souvenir de Mme Leonie Viennot" x R. gigantea).
A large and beautiful rose of very delicate colouring—shell pink touched with salmon. The very long buds reach a length, sometimes, of 10 centimetres. (4 inches), especially when they are produced at the ends of vigorous branches. The flower, when completely open, may measure from 15 to 16 centimetres (6-6.5 inches) in diameter. Grown in a temperate climate, "Belle Portugaise" attains a great development and is literally covered with its large blooms. It seems to have inherited the great luxuriance possessed by the mother plant. Souvenir de Leonie Viennot; moreover, it is able to produce fertile seeds, and might thus be very usefully employed in hybridization. CAYEUX, 1929.

Original photo caption and credits: A hybrid of the giant tropical rose, Rosa gigantea, with the tea rose "Souvenir de Mme Leonie Viennot". Rosa gigantea produces in one year steams 24 to 30 feet long, and its flower buds are often four inches long. The hybrid has retained much of the vigor of its wild parent, and from its other parent it has inherited increased hardiness and free-blooming characteristics. Photographs courthesy of the Coolidge Rare Plant Gardens. CAYEUX, 1929.


"Dona Palmira Feijao" ("Souvenir de Mme Leonie Viennot" x R. gigantea).
Flower large, very full, shell pink in the center, the outside of the petals bright carmine. Very brilliant coloring. CAYEUX, 1929.

"Lusitania" ("Souvenir de Mme Leonie Viennot" x R. gigantea).
Flower large, very full, yellow washed with carmine; bud very long.
Plant very floriferous. CAYEUX, 1929.


Made outside of Portugal:

"Reine de Portugal"
(…) of beautiful orange-flame colour. Its large, glossy, mildew-immune foliage (…). SCHOENER, 1932.

Flower medium to large, very double bloom form, golden-yellow to coppery-yellow. Blooms in flushes throughout the season. Bred by Jean-Baptiste André Guillot in 1867 at France. Adapted from http://www.helpmefind.com/rose/pl.php?n=27571



Cronology:

1867 - "Reine de Portugal" is made by Jean-Baptiste André Guillot in 1867 at France.

1888 - Rosa gigantea is discovered by General Sir Henry Collett in the Shan Hills, Upper Burma, at an elevation of 4000 to 5000 feet.

1896 - Rosa gigantea in April it bloomed in the Botanical Garden of Lisbon.

1897
- Rosa gigantea a plant received from the Botanical Gardens of Kew bloomed at the home of Baron Soutellinho at Oporto.

1898
- Rosa gigantea is used by the first time in hybridization by Henri Fernand Cayeux

1903
- "Étoile de Portugal" flowers for the first time in the Botanical Garden of Lisbon, by Cayeux.

1904 - Rosa gigantea is imported directly from India to the United States by Dr. Franchesci Fenzi.

1905 - "Belle Portugaise" blooms for the first time, by Cayeux.

1909 - "Étoile de Portugal" is produced (Incoherent information by SCHOENER because he indicates that it was made in the south of France by Cayeux that was at that time at Lisbon).

1921 - "Belle Portugaise" is erroneously credited to Dr. Francheschi Fenzi that introduced it from the Botanical Gardens of Lisbon into his garden in Santa Barbara, and is responsible for its dissemination in California and into other southern states.


Dados bibliográficos: / Bibliographical data:

Cayeux, Henri Fernand.; 1929. Rosa gigantea and its hybrids. Journal of Heredity; 20: 305-307. In http://www.rdrop.com/

Schoener, George M. A.; 1932. Rosa gigantea and its allied species. American Rose Annual. In http://www.rdrop.com/

4 comentários:

  1. Parabens, finalmente encontro alguém interessado em rosas antigas e ainda mais por rosas portuguesas. Tenho alguma informação sobre o assunto, nomeadamente de roseiristas do Norte do final do sec. XIX. Estou a fazer um levantamento do que resta das rosas antigas pelas aldeias do interior. Consegui algumas dezenas de exemplares por estacaria. Teria imenso gosto em partilhar informação e rosas.
    ana
    acastro@ibmc.up.pt

    ResponderEliminar
  2. Obrigado pela sua generosa oferta. Claro que da minha parte, todas as roseiras a que tenha acesso partilharei consigo com imenso gosto para ir 'completando' as que lhe faltarem, se tal se pode dizer de um conjunto quase infinito de roseiras antigas.
    De facto gostaria de ter algumas variedades em particular, nem sempre de origem portuguesa. No entanto essas por questão de honra, gostaria de ter também.
    'Descobri' as rosas nos últimos meses. A minha atenção costuma incidir sobre espécies, no seu geral. Assim são as selvagens e não nas variedades que me interessaram. Mas ao começar a estudar as espécies fui aprendendo a reconhecer as varietais mais relevantes e como as características destas se baseiam nas características dominantes de cada espécie presente nos cruzamentos. Gosto particularmente das antigas porque estes aspectos são reconheciveis. E gosto porque têm cheiro, verdade seja dita que não há desencanto maior que encontrar uma rosa se descobre que é inodora, como acontece nos híbridos de flor de corte.
    Até agora tenho aproveitado mergulhias espontâneas e estacaria para a propagação. Mas tenho pensado em fazer as roseiras varietais por enxertia sobre as minhas Rosa multiflora 'Inermis' dada a sua boa capacidade para tal e dado que muitas das roseiras que quero não posso recolher muito material nem serão muito vigorosas. Mas é uma arte que não domino e tenho de me treinar. No entanto, esta espécie é bom porta enxertos para solos ácidos e aqui nos barros negros o pH é neutro com água neutra a levemente alcalina. Assim deveria procurar um porta-enxertos mais adequado.
    Em breve entrarei em contacto com a Ana. Até lá, bons levantamentos!

    ResponderEliminar
  3. Sou apaixonada por rosas mas, pelas antigas, que me encantam pelo aroma, pelas cores e pelas suas formas.
    Tenho-as vindo a recolher, tiro umas podas aqui, outras ali e, espero que peguem. Tenho pena de não saber o nome delas. Este ano recolhi imensas, assim que florescerem, poderei tirar fotografias e enviar podas se algum de vós quiser.

    ResponderEliminar
  4. descobri que na vedação da universidade de Santa Clara há três roseiras portuguesas:

    SC-06-3 Belle Portugaise HGig 1903 Cayeux
    SC-07-2 Marietta Silva Tarouca HMult 1925 Zeman
    SC-07-3 Reine Maria Pia N 1880 Schwartz

    http://www.heritageroses.us/SCU.php?fbclid=IwAR3VstlX8Q_6Ez_fB7JfCT-VripCJ1eaCMb2DEWrjtrBxHPwbiIgXYoWgrk

    Estou no grupo ROSAS no facebook:
    https://www.facebook.com/groups/157564284600308



    ResponderEliminar


Todas as fotos são propriedade do autor excepto se mencionado. Pede-se a quem as quiser usar que peça autorização, indicando a finalidade.
All the photos are property of the author unless otherwise stated. Who wishes to use them should request authorization, indicating the purpose of use.